Presidente da Unimed do Brasil traça panorama do mercado de saúde no Brasil em Prudente

Postado dia: 06/08/2018

Presidente da Unimed do Brasil traça panorama do mercado de saúde no Brasil em Prudente


O executivo da Unimed do Brasil, Orestes Pullin destacou a visão de futuro do cooperativismo na saúde suplementar do país; evento marcou o mês do cooperativismo
A Unimed é a maior cooperativa médica do mundo. O sistema nasceu com a fundação da Unimed Santos em 1967 e hoje, é composto por 345 cooperativas de saúde prestando assistência médica para cerca de 18 milhões de beneficiários em todo o país. A singular de Prudente é a quadragésima quarta singular e integra o sistema desde 1971, hoje é a maior cooperativa médica do oeste paulista, com uma área de abrangência de 32 cidades mais um distrito de Rosana, com mais de 97 mil beneficiários e mais de 540 cooperados.

Ao longo dos anos, muitos são os desafios enfrentados na saúde suplementar, não é diferente no mercado regional. "Somos a referência regional de saúde e hoje, o equilíbrio e sobrevivência na saúde suplementar passam pela integração entre os agentes envolvidos na prestação de serviço aos beneficiários; mudança na forma de remuneração das operadoras e também orientação aos usuários para utilização correta dos planos de saúde", reforçou o presidente da Unimed Prudente, Paulo Mazaro na abertura do evento que reuniu cerca de 100 participantes na reunião mensal Unimed 19h30, realizada na Casa do Médico em Prudente na última terça-feira, 31/07.

O evento foi comemorativo ao mês do cooperativismo. O presidente da Unimed do Brasil abriu o encontro com um comparativo da saúde no Brasil e Inglaterra e as fatias de gastos públicos e privados, em seguida apontou as perspectivas do futuro do mercado e do sistema Unimed.

O sistema público brasileiro, modelo SUS, completa 30 anos em setembro. Foi criado e inspirado no modelo britânico que completou 70 anos em 2018. Ambos vivem crises diferentes.

O britânico sofre cortes de repasses que financiam o sistema e o brasileiro enfrenta embates políticos que também resultam em redução de investimentos, mas é mais complexo do que a crise britânica, pois passa também pela falta de médicos em muitas localidades, entre outros agravantes.

"O PIB da saúde na Inglaterra é de 9%, o brasileiro é de 8%. A diferença é no tamanho da população - Inglaterra com 60 milhões e Brasil com 208 milhões - e, também no gasto público da saúde no modelo britânico é de 83% e o privado 17%. No Brasil, é o contrário, o gasto público é menor, 46% e o do setor privado 54%. A maior contradição é justamente no fato de que, o governo gasta menos com saúde, as famílias brasileiras gastam mais e apenas 50 milhões de pessoas no Brasil tem plano de saúde", pontuou Pullin.

Com a instabilidade econômica brasileira, as operadoras de planos de saúde perderam beneficiários "e o estado não tem condições de cuidar da população como diz a constituição de 88, que saúde é direito de todos e dever do estado", destacou o médico que ainda outro desafio é a mudança do perfil demográfico no Brasil.

O envelhecimento da população tratará impactos epidemiológicos significativos. "Teremos mais idosos, convivendo décadas e com mais doenças crônicas, por isso a Unimed atua de forma a mudar o modelo assistencial no mercado que é o AIS (Atenção Integral à Saúde). O AIS permite um acompanhamento integral dos nossos beneficiários de forma a prevenir doenças crônicas e promovendo mais saúde e qualidade de vida para nossos beneficiários", ressaltou.

Orestes Pullin falou também da importância do compliance e gestão. "Em 2015, 2,2 milhões dos gastos das operadoras de planos de saúde com hospitais e exames, decorrem de fraudes e desperdícios, segundo a ANS. As operadoras precisam investir em compliance e gestão. A ausência de indicadores de qualidade e de controle fazem operadoras perecer, perdendo receita e elevando custo assistencial", disse aos cooperados.

O executivo da Unimed do Brasil fez questão de falar da participação da classe médica no cooperativismo."Hoje, 25% dos médicos que atuam no Brasil são cooperados Unimed. Os estados com maior percentual de médicos cooperados são: Rio Grande do Sul com 46%, Ceará com 44%, Paraná com 43%, Mato Grosso com 40%".

Estes números mostram a força do cooperativismo, "se levarmos em consideração que o sistema público não tem condições de atender toda a população brasileira, que a mudança no modelo assistencial AIS permite ofertar no mercado planos mais acessíveis, que o sistema cooperativo médico Unimed é o mais robusto no mercado, o fortalecimento das singulares Unimed depende da atuação efetiva dos nossos cooperados e de sangue novo também. A idade média dos cooperados é de 49 anos, precisamos abrir espaço para médicos jovens", apontou Pullin.

O executivo falou ainda das perspectivas de mercado. "Nos próximos dois anos, seguiremos lutando para recuperar o mercado que perdemos frente a crise econômica. Já tivemos 20 milhões de beneficiários, hoje temos 18 milhões. Unimeds como a singular de Prudente, estão estáveis e até conquistaram mercado. No sistema, temos ainda outras singulares que conseguiram estabilizar perdas, o que é realmente significativo".

Sobre o futuro da saúde suplementar, Pullin concluiu dizendo que, as mudanças regulatórias devem impactar também no sistema Unimed. "A perspectiva é de que operadoras com 6 mil beneficiários por exemplo, sejam incorporadas à outras operadoras maiores, mas a reorganização é fundamental para manter o sistema fortalecido", finalizou.