Mercado de saúde suplementar continua se concentrando em grandes operadoras
Postado dia: 11/01/2021
As empresas de saúde Hapvida e Notre Dame Intermédica confirmaram nesta sexta-feira (8) que estão negociando uma fusão, o que pode dar criar a segunda maior empresa do ramo no país, num negócio de cerca de R$ 100 bilhões.
A proposta feita pela Hapvida daria aos seus acionistas 53,1% do grupo combinado, enquanto os da Notre Dame Intermédica ficaram com os 46,9% restantes. Estes receberiam um prêmio de 10% sobre ação da Intermédica no período de 20 dias de negociação antes de 21 de dezembro.
As ações das duas companhias dispararam após o anúncio, feito durante o pregão, com Intermédica em alta de cerca de 30% às 17h20 e Hapvida mostrando avanço de cerca de 23%.
A Hapvida é controlada pela família Pinheiro e um de seus integrantes, Jorge Pinheiro, é presidente-executivo. A Intermédica tem a empresa de investimentos Bain Capital como acionistas minoritário.
O anúncio ocorre num momento em que as atenções do mercado têm se voltado fortemente para o setor de saúde, tanto pelos desdobramentos da pandemia do coronavírus quanto pelo processo acelerado de consolidação da indústria de saúde no Brasil, com as maiores do setor buscando recursos no mercado para consolidar planos de crescimento via aquisições.
É o caso tanto da Hapvida, grupo criado em 1993 no Ceará e que se fortaleceu no Norte e Nordeste nos últimos anos, processo intensificado a partir de 2018 quando fez sua estreia na B3. A empresa afirmava ter 6,4 milhões de beneficários em setembro.
Já a Intermédica, com sede em São Paulo, e que também estreou na bolsa paulista no mesmo ano é ela própria resultado de uma fusão. A companhia afirma ter 6,2 milhões de beneficiários e também cresceu via aquisições, indo geograficamente ao encontro da Hapvida.
O grupo combinado teria uma receita líquida anual de cerca de R$ 16 bilhões, segundo os resultados anualizados das duas empresas referentes a terceiro trimestre de 2020, o mais atualizado.
O valor de mercado combinado seria de aproximadamente 97 bilhões de reais, considerando o valor de fechamento das duas ações na véspera. Mesmo desconsiderando a valorização desta sessão, a empresa seria a segunda maior do país de seu setor listada na B3, só atrás da Rede D'or, que fez IPO em dezembro e tem uma capitalização bursátil de R$ 121 bilhões.
Fonte: G1
Foto: Divulgação